Alimentação Escolar na Bahia é referência mundial

O Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, em Camaçari, recebeu, nesta quinta-feira (23/05), a visita de 23 ministros de Estado e outros representantes de mais de 30 países da América Latina, Ásia e África. As delegações estrangeiras participam do Fórum Global de Nutrição Infantil, que acontece até sexta-feira (24/05), em Costa do Sauípe. A comitiva esteve na unidade para acompanhar a dinâmica da alimentação escolar. Recepcionados pelo secretário da Educação do Estado da Bahia, Osvaldo Barreto, por estudantes, equipe gestora, professores e funcionários, os visitantes tiveram oportunidade de almoçar na escola e conhecer de perto o variado cardápio.
 

Fotos: Claudionor Jr. Ascom/Educação

O diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Daniel Balaban, destacou que “a experiência do Brasil, especialmente da Bahia com alimentação escolar, está ajudando a criar programas de combate à fome por todo o mundo”. Balaban também enfatizou a necessidade de unir forças para ver solucionados os grandes problemas mundiais, como a fome e falou aos estudantes: “somos todos irmãos. Precisamos encontrar soluções em conjunto. Temos que viver a vida com esperança e fazer a felicidade do outro. Fazer coisas boas pelos outros é o maior segredo para atingir a felicidade”.

O secretário Osvaldo Barreto ressaltou a importância de receber representantes de tantos países. “O trabalho que realizamos aqui não tem fronteiras. Temos que nos abraçar, nos unir, para que cada criança, cada estudante tenha garantida uma alimentação escolar de boa qualidade. A alimentação é muito importante para a construção do espírito, da alma e da aprendizagem”, declarou o secretário.

A representante do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na Gâmbia (África), Vitória Ginja, afirmou que a experiência “é fantástica e me deixou muito emocionada pelo compromisso político que existe nesse país com alimentação escolar, não só nos primeiros anos de vida, mas também na adolescência. Se o Brasil é capaz de fazer o que está fazendo, países menores podem fazer o mesmo, como é o caso do  meu, com 1 milhão de pessoas”.

Reconhecimento da comunidade escolar -  Para o estudante do 4º ano do curso técnico de Segurança do Trabalho integrado ao ensino médio, Fernando Alencar, de 18 anos, o seu colégio merece servir de exemplo para ajudar outras pessoas. “A alimentação é mesmo excelente. Desde quando comecei a estudar aqui, no 1º ano, o lanche é muito variado e nunca é gorduroso. É uma fruta, suco, cuscuz, mingau, biscoito. Quando ficamos o dia inteiro tem feijão, arroz, macarrão, frango”.

 

 

“a experiência do Brasil, especialmente da Bahia com alimentação escolar, está ajudando a criar programas de combate à fome por todo o mundo” - Daniel Balaban - diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA)



A estudante Rhaiany Cruz, de 17 anos, do 4º ano do curso técnico de Logística integrado ao ensino médio, afirma que “a preocupação do pessoal que prepara é visível. Elas usam touca, luva, avental. É tudo muito limpo, cuidadoso”. A adolescente ainda define a importância da alimentação escolar: “é de suma importância para qualquer escola. Muitos alunos, até por condição financeira, vêm estudar na escola também com essa motivação. A merenda ajuda bastante”.

O Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas funciona nos três turnos e atende a 3.286 estudantes do ensino médio. A diretora da unidade, Aidil Alves de Oliveira atribui o sucesso com a alimentação à participação da comunidade escolar. “Toda a equipe colabora, especialmente nossas merendeiras. Nós sempre nos preocupamos em ouvir o nosso aluno e, a partir daí, procurar fazer as adaptações necessárias no cardápio, considerando as questões da nutrição”, disse.
 

Fotos: Claudionor Jr. Ascom/Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O colégio conta com 12 profissionais para cuidar da comida oferecida aos alunos. Há 24 anos preparando refeições, a merendeira Maria Madalena Marinho, revela o segredo do sucesso com os estudantes. “Os alimentos têm que ser de primeira qualidade e a higienização também. Tem que ter cuidado com o armazenamento, conservação. Acima de tudo tem que ter paciência, bom humor e fazer as coisas com amor, do mesmo jeito que a gente faz em casa”.

Além do colégio em Camaçari, os participantes do Fórum Global de Nutrição Infantil, organizados em outros três grupos, visitaram os colégios estaduais João Barbosa de Carvalho, em Feira de Santana, Antônio dos Santos Paim, em Santo Amaro, e Professora Simone Simões Neri, em Alagoinhas.

Investimentos na alimentação escolar – Nos últimos sete anos, a  Bahia obteve um aumento de 236% no investimento para alimentação escolar, passando de R$ 26 milhões, em 2006, para R$ 106 milhões em 2013. As escolas da rede estadual contam com, pelos menos, 30% dos produtos oriundos da agricultura familiar, em cumprimento à Lei n° 11.947/2009. A associação entre alimentação escolar e agricultura familiar garante dois pilares importantes: a qualidade dos alimentos que estarão na mesa do estudante e o desenvolvimento local sustentável. A iniciativa beneficia mais de 300 famílias, que possuem mais uma garantia de escoamento dos produtos.

 

 

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