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Autores falam na Flica sobre emoção de escrever para crianças de escolas públicas
Ter sua obra utilizada para contribuir na alfabetização de crianças das escolas públicas da Bahia é uma emoção para autores baianos ou radicados na Bahia, que tiveram seus livros de literatura infantil lançados pelas Secretarias da Educação e de Cultura do Estado da Bahia, na V Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2015). Foram lançadas 19 obras, de 16 autores e, ao todo, serão distribuídos 798 mil exemplares no ano letivo de 2016, numa ação do Programa Educar para Transformar – um Pacto pela Educação, com o objetivo de contribuir para a alfabetização, com letramento, das crianças com até oito anos de idade.
A escritora Janete Lainha Coelho, autora do livro ‘Traquinagem de criança’, falou sobre o uso da sua obra neste processo de ensino e de aprendizagem das crianças. “É um sonho realizado saber que milhares de crianças terão a oportunidade da leitura que eu e meus 16 irmãos não tivemos na infância. Eu sou a única que concluiu os estudos. Considero de maior importância contar história para as crianças com o que lhe é familiar, a nossa cultura baiana, com personagens afrodescendentes, capoeiristas, sereias e baianas de acarajé”, destaca.
Adelice Souza, autora do livro ‘Adestradora de Galinhas’, afirmou que é um privilégio ter sua obra compartilhada nos quatro cantos da Bahia. "É uma felicidade estar lançando o meu primeiro livro infantil que irá para milhares de crianças espalhadas na rede pública de ensino. Como falaram, é um 'best seller' já no primeiro livro. É muito positivo saber que as crianças da Bahia vão ser alfabetizadas com literatura de escritores baianos. Isso é maravilhoso, porque a gente está tratando temas que estão próximos destas crianças".
Outra autora, que também participou do lançamento dos livros na Flica, e está satisfeita com a iniciativa, é Noelia Barreto, que escreveu o livro ‘Estrelinha Atrapalhada’. "Me sinto realizada porque sempre gostei de contar história para crianças. Eu adoro estar com elas, brincar. Nós nos entendemos muito bem. A partir disso, eu sempre inventei, criei e contei. De algum tempo pra cá, resolvi colocar no papel e [isso] coincidiu que eu, pela primeira vez, vi o edital da Secretaria de Educação, me inscrevi e tive a felicidade de ter a minha 'Estrelinha Atrapalhada' selecionada".
A jornalista Regina de Sá, que escreveu os livros ‘O farol’ e ‘Que lugar é este, bicho?’, disse que o maior desejo é ver as crianças das escolas na Bahia, especialmente, as mais carentes, com os exemplares. “Cada autor fez suas obras pensando neles, exclusivamente, nas crianças. Elas precisam de incentivo, de janelas, de cores, de saber. Só por meio dos livros é que podemos ampliar as chances de quem não tem horizonte. Mas é preciso, de fato, acreditar que as mudanças começam por intermédio da educação. Ler para uma criança muda nosso mundo”, afirma.
Novo Edital
As Secretarias da Educação e de Cultura do Estado também lançaram o edital para a seleção de mais 21 obras de literatura infantil de autores baianos. As inscrições serão realizadas de 17 de outubro a 30 de novembro.
Espaço Educar para Transformar
Quem for à Flica vai poder acompanhar outras iniciativas na área da Educação. O Espaço agrega uma série de atividades, como saraus, oficinas, encontros literários, canto coral e mostras dos projetos estruturantes de arte e cultura desenvolvidos por estudantes das escolas estaduais.
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