Bembé do Mercado, em Santo Amaro, completa 133 anos e fortalece luta por reparação

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Fotos: Kleidir Costa / SEPROMI BA
Considerado o único candomblé de rua do mundo, o Bembé do Mercado completou 133 anos, atraindo centenas de lideranças religiosas ao longo de cinco dias para Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano. O evento, que conta com apoio do Governo do Estado, é realizado tradicionalmente no mês de maio, em alusão à abolição da escravatura, reafirmando a luta do povo negro por liberdade e reparação. O ponto alto foi neste sábado (14), quando estiveram reunidas, no mercado municipal da cidade, representações de terreiros, autoridades, pesquisadores, turistas e população local.

Para o babalorixá José Raimundo Chaves, popularmente conhecido como “Pai Pote”, é momento de resgate e valorização dos antepassados mas, também, de renovação. “Esta festa significa o fortalecimento da ancestralidade, da luta do povo negro e quilombola. Agradecemos a todas as divindades, aos nossos orixás, sem dúvidas, por esta realização centenária”, destacou o líder religioso, ao organizar o “xirê”, ritual de saudação aos orixás, com cânticos e danças, contemplado as diversas nações do candomblé.  

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, pontuou que o Bembé do Mercado já está consolidada como uma atividade importante no calendário religioso e cultural do nosso estado, contando com apoio do Governo do Estado. “Trata-se da maior manifestação das religiões de matriz africana em todo o mundo e que lembra o emblemático 13 de maio. Aqui se lembra este episódio da nossa história, mas ressignificando e fortalecendo a trajetória pela reparação plena o povo negro, pelo combate permanente ao racismo, pelo diálogo interreligioso e enfrentamento a todas as formas de discriminação. Uma festa de fé e resistência”, ressaltou.

Também estiveram presentes outras representações do governo do estado, a exemplo das secretárias de Cultura, Arany Santana, e de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira; o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), João Carlos Oliveira; o assessor especial da Secretaria do Turismo, Fernando Ferraro; dentre outros convidados.

A programação foi encerrada neste domingo (15), com a entrega dos tradicionais presentes à yemanjá, na Praia de Itapema, reunindo diversos religiosos, turistas e populares, com expressiva participação de público, após dois anos consecutivos sem realização do evento em formato presencial.

Patrimônio - O Bembé do Mercado é tombado como Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2012, processo efetivado por meio do Ipac. Também agrega manifestações culturais como samba de roda e capoeira, além de debates temáticos, feiras, dentre outras atividades. Através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2019, a festa foi registrada como Patrimônio Cultural do Brasil.

Fonte: ASCOM SEPROMI

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