Diferentes etnias celebram dez anos do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia

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A Secretaria da Educação do Estado (SEC) participou, nesta sexta-feira (16), da mesa de abertura da 8ª Assembleia Geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA). O evento, que segue com programação até este sábado (17), com transmissão na página do Facebook (https://www.facebook.com/Mupoiba), marca os dez anos da instituição, que tem como objetivo unificar e potencializar a luta dos 23 povos indígenas da Bahia pelo direito à saúde, educação, demarcação de terras e demais políticas públicas para a melhoria socioeconômica da população.
 
O secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, falou do compromisso do Estado em promover ações que dialoguem com os povos indígenas. "Estamos em um momento em que padecemos do cheiro da escola, mas também é uma época de muito aprendizado em que todos os setores, inclusive o indígena, mostraram que podemos nos unir para trazer soluções, seja na educação ou na prevenção à pandemia. Em 2019 e 2020, estivemos envolvidos na produção de cadernos com conteúdos pedagógicos para os indígenas e na formação de professores, mas sabemos que temos que avançar sempre abertos a ouvir as demandas da população indígena".
 
Em 2020, para a Educação Escolar Indígena, a SEC investiu R$ 1.246.000 milhão na produção e impressão de 48 mil exemplares de livros elaborados nos cursos de formação de professores indígenas. Essa ação possibilitou a utilização, nas atividades pedagógicas, materiais contextualizados e aderentes à cultura e à história dos povos indígenas da Bahia. A rede estadual de ensino possui 103 espaços escolares e 27 escolas indígenas, com 6.945 estudantes indígenas  matriculados.
 
O coordenador geral do MUPOIBA, Kâhu Pataxó, falou da importância do movimento nesses dez anos de criação. "Chegamos a esta marca com muita batalha e luta. Esta unificação mostra o fortalecimento dos povos indígenas no Estado, por meio de alianças em toda a região. A Bahia começou com a invasão dos portugueses, mas foi também aqui que iniciamos os mais de 500 anos de resistência".
 
O presidente Cacique Arauã, da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (FINPAT), destacou a aliança dos povos indígenas, por meio do MUPOIBA. "A busca por esta união dos povos indígenas baianos fortalece a nossa luta, porque devemos estar atentos para orientar e agregar os nossos interesses".
 
Já a secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado (SEPROMI), Fabya Reis, ressaltou ser fundamental extinguir os estereótipos ligados ao povo indígena. "Mesmo mantendo suas tradições e histórias, é preciso que a sociedade entenda que o indígena pode ocupar qualquer espaço na sociedade. E o Estado, através de suas secretarias, buscar promover essas oportunidades em áreas como a do trabalho, da educação e da igualdade".  
  
Ainda estiveram presentes à mesa de abertura, Davidson Magalhães, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE); lideranças indígenas; e representantes de organizações indigenistas.

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