As terras dos povos indígenas Payaya, localizadas na Cabeceira do Rio Utinga, no município de Utinga, estão sendo palco de discussões sobre diversas temáticas relacionadas aos povos indígenas, comunidades tradicionais e assentados. A sexta edição da Jornada de Agroecologia da Bahia, organizada pela Teia dos Povos, iniciada na última quarta-feira (16), segue até domingo (20). Estudantes e professores da rede estadual estão participando de mesas temáticas, rodas de conversa e oficinas.

 

Durante a extensa programação, os povos indígenas de etnias como Payaya, Pataxó, Tuxá, Kiriri, Tupinambá e outras realizam manifestações culturais como uma forma de celebração e união de diferentes povos, a exemplo do tradicional Toré e o ritual do Amanhecer Sagrado. Além disto, o evento conta com a “Feira agroecológica dos povos”, com comercialização e exposição de produtos, comidas típicas e artesanato confeccionados por diferentes povos e comunidades tradicionais.

 

Dentre os temas abordados nas mesas temáticas, destacam-se: “Análise de conjuntura nacional e local: terra, território e agroecologia”; “Terra, território e água”, “Terra, território e ancestralidade”; e “Terra, território e bem viver”. Já as rodas de conversa apresentam temas como: ”Educação do campo e agroecologia”; “Ancestralidade e religião”; “Juventude e agroecologia”; “Sementes crioulas”; “Pedagogia da floresta”; “Ervas medicinais e práticas de cura”; dentre outros. Além disso, também serão realizadas, neste sábado (19), a “Caminhada dos povos em defesa do Rio Utinga e apresentações culturais envolvendo os participantes.

 

Nesta sexta-feira, a atividade contou com a participação do secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues. Ele visitou os estandes onde os estudantes dos cursos técnicos de nível médio estão apresentando projetos desenvolvidos em sala de aula e destacou a importância das discussões realizadas. “Esta é uma agenda de apoio ao fortalecimento da vertente da Agroecologia na aprendizagem da educação com ênfase na Educação Profissional”, destacou.

 

O estudante Jafé de Oliveira, 17, que faz o terceiro ano do Ensino Médio e também o curso técnico em Floresta no Colégio Estadual Menandro Minahim, localizado em Una, falou do aprendizado com o evento. “Estamos com um estande mostrando um pouco das ações que desenvolvemos na escola através do projeto COM-ViDA, da Educação Ambiental e Saúde, da Secretaria da Educação do Estado, a exemplo de uma horta comunitária que implantamos na Aldeia aIgalha, dos Indígenas Tupinambá, em Ilhéus. Também estamos expondo alguns produtos que desenvolvemos como sabão ecológico feito com óleo de cozinha reutilizável. Esta troca de experiências aqui é muito interessante, além do conhecimento obtido nas discussões das rodas e mesas temáticas”, afirmou.

 

Segundo  Karlla Costa, que atua como coordenadora pedagógica do curso técnico em Floresta, do Colégio Estadual Menandro Minahim, esta vivência é enriquecedora para os estudantes. “Antes do evento nós realizamos uma pré-jornada com os estudantes com as ações realizadas pela comissão do COM-VIDA e o evento é uma grande oportunidade dos alunos e professores terem contato com outras culturas, expor alguns produtos e compartilhar conhecimentos sobre os projetos e ações realizadas coletivamente com alguns parceiros”, destacou a educadora.