Pessoas em situação de rua, em Salvador, estão entre o público prioritário da 9ª etapa do Programa Todos pela Alfabetização (Topa), desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia e o Governo Federal, que já alfabetizou mais de 1,4 milhão de pessoas em todo o Estado. A abordagem, recepção, acolhimento e alfabetização destas pessoas em situação de de rua e dos demais jovens, adultos e idosos beneficiados pelo programa, foram discutidos, nesta sexta-feira (06), em encontro dos alfabetizadores e coordenadores de turma do Topa, na Secretaria da Educação do Estado, no Centro Administrativo de Salvador (CAB).

 

A coordenadora geral do Topa, Elenir Alves, disse que serão feitas visitas às pessoas que vivem em situação de rua, nos locais onde as turmas do Topa funcionam no Pelourinho e na Cidade Baixa. “Nosso contato com eles será por meio da Associação Rua Tua, parceira do Topa. A previsão é que sejam atendidos 69 alunos em uma ação que além de proporcionar a alfabetização dos moradores de rua, também contribui para despertar neles uma nova perspectiva de vida”, afirma.  

 

Para quem trabalha como alfabetizadora, este processo traz grandes benefícios não só para os alunos, como também para os profissionais da educação. “A partir do momento que eu noto que cada um deles está aprendendo o mínimo que seja, me sinto muito realizada.  Eu não trabalho com o aluno somente na sala de aula, pois procuro o conhecer mais no seu íntimo, frequentando a sua casa e conhecendo a família, para que eu possa ajudá-lo mais ainda e, com isso, passo a ser também uma amiga e conselheira”, afirma a alfabetizadora Josenilda Cazais, que atua onde atua na Sociedade Beneficente e Esportiva Plataformense.

 

Luci Nascimento participa do Topa há oito anos e atualmente está alfabetizando na União dos Moradores de São Caetano, localizada no bairro de São Caetano, em Salvador. “É muito gratificante quando chega o final da etapa de alfabetização e vejo o quanto meus alunos se desenvolveram. Estou muito contente de poder participar desta nova etapa e ter mais uma oportunidade de transformar a vida de mais pessoas”, destaca a alfabetizadora.

 

Para Celisia Ribeiro dos Santos, que é coordenadora de turma do Topa e atua na Associação Bom Samaritano, que abrange vários bairros do Subúrbio Ferroviário de Salvador, o trabalho desenvolvido na comunidade é essencial. “Alfabetizar é inspirador, pois, essa troca de conhecimentos leva o aluno a codificar a leitura que ele tem de mundo através da escrita, onde ele passa a conhecer melhor os seus direitos e deveres como cidadão”.