Projeto de pesquisadores baianos mapeia a cidade de Salvador Escravista

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Segundo maior porto de desembarque de africanos nas Américas durante a vigência do comércio transatlântico de pessoas escravizadas, Salvador é, ainda hoje, pontilhada por homenagens a traficantes de escravos, 170 anos após a extinção do tráfico e 132 anos depois da abolição formal da escravidão. O trabalho forçado dos africanos escravizados e seus descendentes está indelevelmente marcado nas ruas, prédios públicos e privados, igrejas e outros espaços.
 
Historiadores e professores de universidades públicas da Bahia se juntaram e resolveram questionar as homenagens controversas que permeiam a cidade. Um dos propósitos do projeto é oferecer subsídios históricos que possibilitem uma melhor compreensão sobre o papel desses indivíduos no desenvolvimento de uma sociedade marcada pela desigualdade e pelo racismo.
 
O professor de História da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e parte da equipe à frente do projeto, Carlos Silva Jr. explica que após assistirem acontecimentos como a morte violenta de George Floyd, nos EUA, pesquisadores baianos propuseram discutir a situação de Salvador e levar o debate da academia para a esfera pública.
 
Segundo ele, “os movimentos sociais estão discutindo isso há décadas. Neste caso, nesse comitê formado por historiadores e historiadoras, colocamos nosso conhecimento a serviço de um debate público mais amplo e daí veio a ideia de primeiro fazer a catalogação dos prédios, estátuas e outros espaços que se relacionam com a memória da escravidão em Salvador”.
 
O projeto está hospedado no site https://www.salvadorescravista.com/mapa e oferece um mapa dos locais na cidade com as Homenagens controversas, Homenagens reparadoras e lugares esquecidos.   Os textos são assinados por autoridades no assunto como os professores João José Reis (Ufba), Robério Souza (Uneb), Cândido Domingues (Uneb), Elciene Azevedo (Uefs), Iacy Mata (Ufba), Érica Lôpo (Ufpi), Carlos da Silva Jr. (Uefs), Mariana Dourado (Uneb) e Moreno Pacheco (Ufba).
 
*Fonte: UEFS

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