A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, representantes de movimentos sociais, Secretarias do Estado, Universidades e Instituto Federal Baiano discutem a formação de Núcleos de Educação Profissional do Campo na Bahia. Os núcleos têm o objetivo de disseminar a concepção e implantar as práticas pedagógicas da educação do campo alinhadas à Educação Profissional. A iniciativa insere-se no eixo 3 do programa Educar para Transformar, que visa à melhoria da qualidade da educação pública na Bahia.

 

A criação dos núcleos visa constituir um espaço de integração de políticas de trabalho, educação, desenvolvimento rural e territorial, com atuação de professores da rede estadual em torno da Educação Profissional do Campo para fins de estudo, capacitação e troca de experiências com Escolas Família Agrícola e outras entidades com experiência de educação do campo. Além disso, busca possibilitar a participação e retorno de estudantes oriundos do meio rural na discussão do currículo e metodologias dos cursos sob a ótica da Educação Profissional e, contribuir para o acompanhamento contínuo dos cursos ofertados para a população do campo.

 

Esses núcleos serão formados nos Centros de Educação Profissional com oferta de cursos como agro, alimentos, meio ambiente e, também, em locais com atendimento à população rural ou com forte demanda de movimentos sociais, a exemplo dos centros situados nos territórios de identidade Velho Chico, Sisal, Piemonte do Paraguaçu, Recôncavo, Litoral Sul e outros.

 

Durante encontro que abordou o assunto, nesta quinta-feira, no auditório da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), o superintendente de Desenvolvimento da Educação Profissional do Estado da Bahia, Almerico Lima, falou sobre a necessidade da criação desses núcleos. “Dentro do desenvolvimento da Educação Profissional da Bahia nós temos tido muitas demandas da Educação Profissional do Campo devido à Bahia ter a maior população rural do país. Essa parceria com os movimentos sociais, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Universidades públicas, como a UFRB, Instituto Federal Baiano vai nos permitir que possamos construir uma ação mais consistente em relação à educação profissional no campo”, destaca.

 

O superintendente ainda ressalta que “os núcleos vão potencializar os cursos já existentes e trabalhar com a demanda que vem dos movimentos e da própria política de desenvolvimento territorial e rural. Os cursos são técnicos ou de formação inicial específicos do meio rural como Agropecuária, ou de áreas como a saúde e que tem a ver com o bem estar da população rural”, afirma.

 

O Coordenador Geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Fetraf), Rosival Leite, também falou sobre a importância da iniciativa. “Pensamos que a educação do campo tem que contextualizar com a questão de renda, de manutenção do jovem no campo e que esse tipo de formação deve ser visto como um processo construtivo para que esses atores do campo possam gerar renda em sua propriedade, de forma inclusiva e que respeite questões tradicionais e históricas do movimento do campo e da própria agricultura familiar”.

 

Presentes ao evento, a Pró- Reitora da UFRB, Tatiana Veloso e o Reitor do IFBAIANO, Geovane Barbosa do Nascimento, colocaram suas instituições à disposição no que se refere à formação continuada de professores da rede estadual, seja quanto à educação do campo ou às disciplinas técnicas dos cursos mais procurados pela população rural. Do mesmo modo os representantes dos diversos setores da Secretaria de Desenvolvimento Rural, se prontificaram a contribuir com o adensamento e alinhamento dos cursos técnicos na perspectiva agroecológica e da educação do campo.