O detento W. S., 28 anos, participou da aula inaugural do curso de qualificação de Padeiro, nesta terça-feira (4), na Colônia Penitenciária de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Ele é um dos 30 apenados e egressos da Colônia que irão fazer os cursos de padeiro e jardinagem, pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec Prisional), que na Bahia é executado pelas Secretarias Estaduais da Educação e da Administração Penitenciária e Ressocialização. A iniciativa envolverá 975 alunos, 49 turmas, de 26 cursos, em 19 municípios, incluindo Salvador, cuja aula inaugural para o curso de Avicultor será realizada, nesta quarta-feira (5), às 14h, na Colônia Lafayete Coutinho, no bairro de Castelo Branco.

 

Os cursos têm curta duração, 200 horas, e o objetivo de promover a reinserção na sociedade e oportunizar a capacitação para o mundo do trabalho. W. S falou sobre as expectativas do curso para o seu futuro. “Fiquei muito entusiasmado com esta chance de entrar no curso de padeiro, pois sei que é uma profissão muito valorizada no mercado. Quero sair daqui e conseguir trabalhar para ajudar minha família e meu filho que é uma criança. Agradeço bastante esta chance e espero que mais colegas possam também participar desses cursos”, disse.

 

M. G, 38, vai fazer o curso de jardinagem e está entusiasmado. “Desde que entrei na Colônia sempre busquei uma atividade para me ocupar. Acho que estar trabalhando e produzindo traz benefícios para todos. Nós podemos adquirir conhecimento e a sociedade nos dá uma oportunidade de ressocialização”, afirmou.                    

Durante a cerimônia em Lauro de Freitas, o coordenador do Pronatec Prisional na Bahia pela Secretaria da Educação do Estado, José Antônio Matos, falou sobre este processo de ressocialização. “Estes cursos capacitam as pessoas para que possam atuar no mundo do trabalho com total condição técnica. São oferecidas áreas que sejam uma demanda real da região em que se encontram para poderem, de fato, ter uma chance de serem inseridos na sociedade”, afirmou, ao acrescentar que ao término dos cursos, que também são voltados para ex-detentos e para quem cumpre pena nos regimes aberto e semiaberto, o estudante receberá um certificado da Secretaria da Educação.

 

A coordenadora pedagógica da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, Dulce Santos, falou sobre as ações de ressocialização. “Nesta colônia são realizadas diversas atividades onde os próprios detentos participam na padaria, biblioteca, horta, limpeza, entre outros. Aqui já foram oferecidos diversos cursos como montador e reparador de computadores, cabeleireiro, costureira, maquiador, dando a oportunidade de eles buscarem uma vaga de emprego e até mesmo empreender sem muito custo inicial”, destacou.