Seminário Internacional reúne intelectuais para discutir herança africana

“Esse seminário é um convite para que possamos estudar os nossos ancestrais intelectuais passados, presentes e futuros, tanto da ‘Mãe África’, como de sua diáspora”. Foi com essas palavras que o professor congolês Kabengele Munanga abriu, nesta terça-feira (1), na reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o I Seminário Internacional de Herança Intelectual Africana: outra dimensão histórico-cultural. Promovido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, o Seminário segue até sexta-feira (4), simultaneamente, na reitoria da Ufba, no auditório da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris.
 
Como parte do Programa Educar para Transformar – um Pacto pela Educação, o Seminário tem como objetivo contribuir com a organização do trabalho pedagógico dos professores em torno dos temas de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, além de apresentar resultados dos trabalhos já desenvolvidos sobre herança cultural africana, incentivar mais pesquisas sobre a temática e permitir acessibilidade a conteúdos relativos à contribuição dos povos africanos.
 
Fotos: Emerson Santos
O coordenador de Políticas da Educação Superior, Flávio Gonçalves, que esteve no evento representando a Secretaria da Educação do Estado, ressaltou que as civilizações africanas deram à humanidade contribuições indiscutíveis no campo da engenharia, medicina, astronomia, agricultura, artes. “Para discutir a forma de recuperar e tornar evidente o legado deste continente é que o Seminário se constitui como uma forma de pensar estratégias para realçar os contornos de uma África histórica, com seu justo lugar na evolução do pensamento humano”, ressaltou.
 
Debate - Na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, uma mesa-redonda, mediada pela doutora em História, Laila Brichta, debate a contribuição africana na cultura. A mesa, composta pela cineasta Isabel Noronha, pelo artista plástico Rodrigo Gozali e pelo músico Negro Frizza, debateu o tema, Literatura, Cinema, Música e Artes Plásticas: a contribuição africana à estética contemporânea.
 
De acordo com Laila Brichta, o sujeito que produz arte, autor ou artista, possui histórias, origens e traz memórias e ancestralidades que nos remetem ao continente africano. “Os povos africanos que aqui chegaram e permaneceram, se fundindo com os povos nativos daqui e com outros estrangeiros que para cá vieram, trouxeram suas ideias e seus modos de vida, e essas expressões de vida permanecem vivas no campo da cultura, mesmo quando socialmente esses povos foram discriminados e politicamente impedidos”, destacou a mediadora.
 
Programação - Nos três dias serão discutidos diversos temas em mesas-redondas, rodas de conversa, palestras e exibição de produção cinematográfica de Moçambique. Além disso, serão apresentadas experiências exitosas da aplicação da Lei nº 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira em todas as escolas, públicas e particulares.

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