Versão virtual da FLIFS é encerrada com debate sobre desafios das políticas de leitura pós-pandemia

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A 13ª Feira do Livro/ Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (FLIFS) foi encerrada neste sábado (26), com a mesa de debate “Desafios das políticas de leitura pós-pandemia”. Sob a mediação da pró-reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e coordenadora geral da FLIFS virtual, Rita Brêda; a atividade de encerramento contou com as participações do secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues; da diretora do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon, Bárbara Falcón; e do gerente do SESC Feira de Santana, Fabrício Freitas. Promovido pela UEFS, com apoio de diversas instituições, inclusive da SEC, o evento literário aconteceu virtualmente pela primeira vez, com diversas atividades transmitidas pelo canal da FLIFS no Youtube.

O secretário Jerônimo Rodrigues falou da importância da realização da FLIFS e demais feiras literárias do Estado como política de formação do leitor. “Eventos como este são um grande encontro para construir um ambiente de estímulo à leitura. O Estado não pode abrir mão que o orçamento seja ventilado por cifras que possam garantir a manutenção e a construção de bibliotecas e outros ambientes de estímulo à leitura. Outro ponto é o lugar e o papel da escola no aspecto do professor e do coordenador pedagógico, para que sejam feitos planejamentos e orientações de forma estratégica para o cultivo do hábito da leitura. O papel dos meios de comunicação, para que possam se juntar às escolas e universidades para estimular a criação de espaços de leitura, também é fundamental. Outro elemento essencial é a família, de quem não abrimos mão, já que é ali o nosso primeiro ambiente de estímulo. Por último, destaco o tema da formação por meio de nossos parceiros, considerando que este movimento da leitura tem que ser feito em um grande mutirão em torno da sociedade”, discursou.

Ao falar dos desafios das políticas públicas de estímulo à leitura, o secretário Jerônimo fez um link entre o tema da FLIFS e a celebração de aniversário de duas pessoas importantes para a Educação pública do país: Anísio Teixeira, no ano em que se comemora seus 120 anos, e os 99 anos de Paulo Freire. “Anísio trouxe dois aspectos importantes com relação à leitura, que foi o papel da escola pública e o financiamento do sistema nacional de Educação e a escola de Educação Integral. E no ano que vem celebramos o centenário de Paulo Freire, que traz, dentre tantas contribuições, o tema da alfabetização, especialmente a de adulto, que é a ideia da cidadania relacionada ao fato de que não há idade para estimular a leitura”. Um possível cenário pós-pandemia de atividades híbridas, entre virtuais e presenciais, destacou o gestor, é um dos desafios a serem trabalhados, inclusive nas feiras literárias do próximo ano.

A coordenadora geral da FLIFS virtual, Rita Brêda, falou sobre os desafios perante o atual cenário de leitura. “Precisamos nos debruçar diante dos dados preocupantes que as pesquisas apontam em relação à queda de leitores, mas, ao mesmo tempo, quero falar o que ao longo da semana tivemos o compartilhamento de dados de professores da Educação Básica que são alentadores. A realização de pesquisas acadêmicas tem nos apontado que temos alunos que leem. A grande questão é que os nossos estudantes estão lendo uma literatura que, muitas vezes, não é a que a escola legitima e isso faz a gente refletir que é preciso investir em um processo formativo dos nossos professores na ampliação da concepção do que é leitor, já que temos hoje um perfil de leitor diferente de oito, dez anos atrás”.

Sobre a FLIFS – A Feira do Livro / Festival Literário e Cultural de Feira de Santana – que acontecia desde 2008 em praça pública e, este ano, teve que ser reestruturada por conta da pandemia do Coronavírus – promoveu, ao longo dos cinco dias de sua edição virtual, o lançamento de 27 livros; contações de histórias, apresentações artísticas, mesas-redondas, oficinas, saraus e minicursos. No último dia da FLIFS também foram discutidos temas como o cenário atual da leitura no Brasil, as práticas exitosas em tempos pandêmicos e a representatividade do cordel. O encerramento musical ficou a cargo do sanfoneiro Del Feliz. Ao longo da semana, a FLIFS apresentou diversos momentos culturais, como o espetáculo "Convesaria - versos, canções e histórias", do poeta e cantador Maviael Melo, que foi uma das atrações na Praça do Cordel da FLIFS Virtual.

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