Cursos de qualificação profissional beneficiam merendeiras escolares

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movidas pelo entusiasmo da inédita oportunidade de se qualificarem para melhor exercer a sua prática profissional, 150 merendeiras escolares participaram da aula inaugural dos cursos de Agente de Ali­men­tação Es­colar e Au­xi­liar de Nu­trição e Di­e­té­tica, na quinta-feira (1º), no auditório do Centro Es­ta­dual de Edu­cação Pro­fis­si­onal (CEEP) Em­pre­ende Bahia, em Sal­vador. A ação, que tem início no dia 9/3, é uma realização da Secretaria da Educação do Estado, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado e beneficia profissionais de das redes públicas estadual e municipal de Salvador e Lauro de Freitas.
 
Estiveram presentes ao lançamento dos cursos o superintendente de Planejamento Operacional da Rede Escolar, Frederico Gonçalves, representando o secretário Walter Pinheiro, e o secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues. Chamada para compor a mesa do evento, representando as merendeiras, Rosilene Marques, do Colégio Estadual Professora Noêmia Bastos, no bairro de Valéria, em Salvador, falou sobre a motivação que o curso irá proporcionar a todas. “Cozinha é inovação. Preparar alimentos é sinônimo de criatividade, experimentação e cuidado. Este curso chega para nos trazer mais qualidade profissional, o que é uma oportunidade ímpar, já que a nossa classe dificilmente tem essa chance. Só temos a agradecer e aproveitar as aulas”.
 
As merendeiras, que lotaram o auditório do CEEP, não escondiam a ansiedade para o início do curso que vai acontecer até julho, em encontros quinzenais. Maura Maria Oliveira, 56, cozinheira no Colégio Estadual Germano Machado Neto, no bairro de Marechal Rondon, na capital baiana, era uma delas. “Estou na maior expectativa porque quando nos qualificamos, mais chance temos de crescer profissionalmente. Meus alunos gostam da minha comida, principalmente do feijão tropeiro, mas quero melhorar ainda mais, fazendo para eles um alimento com mais qualidade nutricional”, disse, satisfeita.
 
O superintendente Frederico Gonçalves falou da importância de qualificar as merendeiras escolares. “Alimentação escolar é tratada pelo secretário Pinheiro como um tema de extrema importância. A ideia do curso, que deverá se espalhar por todo o Estado, é justamente qualificar os profissionais que lidam diretamente com o alimento para agregar mais qualidade ao alimento que chega aos estudantes”. O gestor destacou, ainda, que o material que será utilizado nas aulas (o livro “Mesa Farta no Semiárido – Receitas com produtos da Agricultura Familiar”, da nutricionista Neide Rigo) vai permitir a adequação dos alimentos à realidade de cada região, mantendo os índices nutricionais. “O uso dos itens da Agricultura Familiar é uma forma de respeitar a variação e disponibilidade de produtos de cada Território, com a proposta de cardápios que atendam aos requisitos nutricionais”.
 
O secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, ressaltou o ineditismo do curso e a importância da ação. “O governador Rui Costa participou do lançamento do livro da nutricionista Neide Rigo, em Uauá, e entusiasmado com a proposta do trabalho de valorização e aproveitamento dos produtos agrícolas regionais em receitas de alta qualidade nutricional, pediu que cuidássemos de multiplicar a tiragem para que todas as escolas da Bahia pudessem ter um exemplar. O secretário Pinheiro absorve isso, casando com a proposta de uma formação mais ampla, e decide pelo processo de formação das merendeiras. Além de ser um fato inédito a capacitação das merendeiras para a segurança alimentar, temos como destaque a utilização de produtos que trabalham com receitas territorializadas, dentro da estratégia estadual de se utilizar cada vez mais na alimentação escolar os produtos da Agricultura Familiar, proporcionando qualidade nutricional aos estudantes e gerando renda para esses trabalhadores”.
 
O curso e as receitas – Oferecido na mo­da­li­dade For­mação Ini­cial e Con­ti­nuada (FIC), pelo Pro­grama Na­ci­onal de Acesso ao En­sino Téc­nico e Em­prego (PRO­NATEC), o curso de capacitação para as merendeiras terá 400 horas e será realizado por meio de seis turmas, sendo cinco no CEEP Em­pre­ende Bahia, em Sal­vador, e uma no Centro Ter­ri­to­rial de Edu­cação Pro­fis­si­onal (CETEP) do Baixo Sul, em Gandu. No final do pro­cesso, as cur­sistas con­cluintes serão cer­ti­fi­cadas. As aulas serão ministradas por professores que estão sendo capacitados nesta sexta (2) e no sábado (3), pela nutricionista Neide Rigo. Os cardápios serão montados baseados nos “ingredientes da roça”, como se brinca a nutricionista. O resultado são receitas regionalmente originais, como Ensopado de melancia com leite de coco, Doce de feijão, Salada de umbu com tomates, Sopa de macaxeira e Empanada de banana da terra com recheio de feijão, entre tantas outras peculiaridades.
 
Fotos: Cláudia Lessa

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