Secretaria da Educação do Estado abre ciclo de atividades sobre a Ditadura

Em uma noite de homenagens e lembranças, teve início, nesta quarta-feira (02/04), no Complexo Cultural dos Barris, em Salvador, um conjunto de atividades do projeto Ditadura Militar Direito à Memória: 50 anos do golpe militar de 1964, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, com apoio da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon. Com participação dos secretários da Educação, Osvaldo Barreto, e de Cultura, Albino Rubim, além de personalidades que combateram o regime, o evento foi marcado pelo lançamento do livro Mortos e Desaparecidos Baianos e pela apresentação da peça Marighella: a vida em preto e branco, encenado pelos estudantes do Colégio Estadual do Stiep – Carlos Marighella.

O projeto segue até esta sexta-feira (4/04), com palestras, exibição de filmes e documentários, exposição de fotos, feira de livros e apresentação de trabalhos acadêmicos. “A proposta deste projeto é levar, para as novas gerações, principalmente para os estudantes, a oportunidade de discutir um momento da história brasileira que ceifou vidas, que interrompeu carreiras, desestruturou famílias e que causou muitos danos às pessoas”, destacou o secretário da Educação, Osvaldo Barreto. Ele também ressaltou a importância do lançamento do livro Mortos e Desaparecidos Baianos. “É fundamental que tenhamos uma publicação dedicada aos baianos que, por meio do embate e luta contra o regime militar no Brasil, acabaram tendo sendo mortos ou desaparecidos”.

Fotos: Claudionor Jr. Ascom/Educação

Durante a solenidade, também estava presente o assessor especial da Presidência da República, Carlos Tibúrcio, que enalteceu a iniciativa do projeto. “Neste momento, diversos setores públicos e da sociedade civil estão fazendo referências ao período, mas, sinceramente, não vi até agora nada parecido como este projeto”, disse.

 

Também presente, o diretor do Centro de Referência Memórias Reveladas – Arquivo Nacional/RJ, Vicente Arruda, falou da importância da realização de um projeto de resgate do momento histórico. “Não é exagero nenhum dizer que é de importância fundamental uma iniciativa de construção da memória, que é muito combatida e sofreu com tentativas deliberadas de apagamento dessa história”, ressaltou.

Encenação – Intitulada Marighella: a vida em preto e branco, a peça foi encenada por 19 estudantes do ensino médio e do ensino fundamental II. O espetáculo foi coordenado pela coreógrafa Dina Tourinho, do corpo de baile do Teatro Castro Alves, com assistência do também coreógrafo Soter Xavier. O trabalho começou com um estudo nas salas de aula, envolvendo todos os estudantes, com o desenvolvimento de atividades pedagógicas, como pesquisas e aulas abertas envolvendo, também, as famílias sobre o período da ditadura.

Portal da Educação – Além do evento que acontece no Complexo Cultural dos Barris, diversos conteúdos estão disponibilizados aqui e trazem à tona os 50 anos do golpe civil-militar. São ferramentas para que estudantes, professores e sociedade possam ter acesso a conteúdos relativos a esse momento da história do Brasil. No Portal, estão disponíveis artigos, fotos, bibliografia especializada, biblioteca virtual, livros de autores baianos e depoimentos de ex-presos políticos, entre outros.

Na sessão Multimídia, dentro do Centro de Referências das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985), o internauta tem disponibilizada uma série de documentos históricos, a exemplo de Rotas das Passeatas, A Guerrilha do Araguaia e Brasil Nunca Mais.  O Portal apresenta, ainda, indicações de filmes relacionados à temática, como Zuzu Angel, Eles não usam black-tie, O ano em que meus pais saíram de férias, Lamarca, Cabra marcado para morrer, entre outros. Há, também, indicação de canções de compositores como Chico Buarque, Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Bosco, Belchior e João do Vale.

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