Secretaria da Educação promove oficina de braile na FLICA 2017

Foto: Joseane Rodrigues - Ascom/Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os estudantes e visitantes da Casa Educar para Transformar na 7ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA 2017), estão vivenciando uma experiência muito especial, por meio da oficina “De olho no Braille”. Por meio de brincadeiras, exposição de material e troca de informações, a atividade tem como proposta levar para as pessoas que enxergam o contato com o braile, este sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas, que é utilizado de maneira universal no mundo.

A oficina é ministrada pela coordenadora de Educação Inclusiva da Secretaria da Educação do Estado, Patícia Braile, envolvendo um pouco da história e também as técnicas de escrita e de leitura. Esta é uma iniciativa pioneira no evento e, segundo Patrícia, uma maneira de promover a sensibilização e a inclusão.

“O que buscamos aqui é que as pessoas entendam que é possível aprender braile, que é possível praticar a acessibilidade. A brincadeira, na verdade é uma estratégia para estimular essas pessoas a se aproximarem mais de quem tem deficiência, para interagirem mais”, afirmou, ao destacar o efeito da ação nos participantes. “Esse é um momento histórico, porque é a primeira vez que a temática da acessibilidade é tratada numa festa literária internacional, e trazer isso para a juventude, para essa galerinha é muito revolucionário, porque, nesse momento que eles estão em formação, estão crescendo, vão sair daqui muito mais conscientes e sensibilizados”, explica.

 

Vitória Oliveira Moreira, 16, 2º ano, do Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas, em São Miguel das Matas, participou da brincadeira com venda nos olhos e conta que os outros sentidos ficaram mais aguçados. “Quando vendei os olhos, percebi que os outros sentidos ficaram mais aflorados. Na brincadeira, utilizamos mais o tato e eu senti que minhas mãos estavam muito sensíveis ao material a cada movimento que fazia para descobrir o que elas seguravam. Achei muito importante e necessária a atividade, porque a gente tem que saber lidar com o outro, com aqueles que não têm as mesmas condições que a gente”, relata.

Felipe Alisson Saraiva, 21, que tem baixa visão, participou da oficina e conta que atividades como estas são necessárias. “Fiquei surpreso quando vi o tema e feliz, porque é um tema urgente, que está em evidência na sociedade há muito tempo, mas de alguma forma negligenciado. Só assim, estas pessoas que não são deficientes visuais vão se colocar no lugar do outro e saber como o outro se sente, sentir a dificuldade do outro. Isso gera uma sociedade melhor, mais justa, mais igual, que se compromete com a dor do outro”, afirmou, ao fazer um apelo por mais obras em braile. “Estamos em uma festa literária, que lida com literatura e nós precisamos de livros mais acessíveis, que os escritores lembrem-se que as  pessoas com cegueira, com baixa visão precisam do contato com a literatura”, pontua.

 

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