Secretaria participa de lançamento de projeto voltado aos sistemas agroflorestais e à produção agroecológica nas EFAs

O projeto “Intercâmbio de conhecimento das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) sobre Educação Ambiental, Sistemas Agroflorestais e Produção Agroecológica” teve lançamento virtual, neste sábado (29), por meio do Canal do Youtube da TV EFA. A iniciativa de preservação dos biomas visa desenvolver atividades na perspectiva da construção de conhecimentos nas linhas socioambiental e socioclimática, junto aos estudantes das EFAs. O evento, que contou com a parceria do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Educação (SEC), é uma idealização das Redes das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA), com apoio do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), através do Programa AKSAAM, da Fundação Arthur Bernardes. 
 
O diretor das Redes das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido, Tiago Pereira da Costa, falou sobre a importância do projeto e a experiência das Escolas Famílias Agrícolas. “Este grande projeto se soma a um conjunto de estratégias que as Escolas Famílias Agrícolas já vêm desenvolvendo ao longo de 50 anos no Brasil e na Bahia temos essa experiência consolidada em mais de 30 anos. Estamos aqui tratando de uma estratégia que visa contribuir para a escolarização e formação integral da juventude articular com a dimensão da formação, o que as Escolas Famílias Agrícolas têm feito com muito compromisso social com as comunidades e territórios a partir da Pedagogia da Alternância, assegurando uma formação integral para crianças, adolescentes e jovens do campo. A segunda perspectiva é contribuir com o desenvolvimento do meio, que também é um pilar dentro do processo formativo das EFAs”.
 
O chefe de Gabinete da Secretaria da Educação do Estado, Cézar Lisboa, falou sobre as EFAs, com as quais o Estado tem uma relação de convênios, e a importância do uso inteligente das tecnologias. “Quando a gente pensa em termos de trabalhar com tecnologia nos sistemas agroflorestais, não podemos perder de vista que a tecnologia não pode ser pensada isoladamente. Precisamos pensar em uma tecnologia que permita a autonomia do homem do campo, que possa estar referenciada a um mundo mais amplo. Também não podemos transformar as nossas tecnologias meramente em uma tecnologia de pobre, que vai aprofundar a divisão social do trabalho no campo, excluindo a Agricultura Familiar, favorecendo um outro tipo de agricultura. Por isso, em uma discussão como esta, temos que pensar no caráter estrutural relevante para o campo. E esta é uma luta por um novo modo de vida, que nos leve a um outro marco de referência social e, sobretudo, de produção sustentável com a natureza”.
 
Sobre as EFAs – Implantadas em 31 municípios de 16 Núcleos Territoriais de Educação (NTE), as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) são vinculadas ao Estado por meio de Termo de Colaboração. Em 2020, registra-se 32 unidades escolares, contemplando 4.163 estudantes. O investimento do Estado, referente a 2019 (quando se computou 3.796 estudantes), foi de R$ 17.978.235,60 milhões. Todos os estudantes das EFAs tiveram direito ao vale-alimentação, concedido pelo governo estadual, durante a pandemia do Coronavírus. Os estudantes de 30 EFAs também participam do programa Mais Estudo, realizado pela SEC, com 139 monitores.
 
Educação no Campo – Na Bahia, a Educação no Campo está presente em 417 municípios, com 139 escolas, 500 anexos e 41 espaços escolares quilombolas, beneficiando 70 mil estudantes. A Secretaria da Educação do Estado já vem desenvolvendo ações estratégicas para ampliar o acesso das populações do Campo à Educação Básica. Dentre elas está o Ensino Médio por Intermediação Tecnológica (EMITEC). A SEC também desenvolve o Programa Estadual de Apoio técnico financeiro às Escolas Famílias Agrícolas; a formação de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental das escolas do campo; e formação de professores que atuam em escolas/classes multisseriadas.
 
Participaram, ainda, do evento on-line a estudante da EFA de Sobradinho, Emily Silva, que recitou duas poesias sobre a temática; o coordenador geral do AKSAAM/Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável, Marcelo Braga; o coordenador geral do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Cícero Felix; o diretor-país do FIDA e chefe do Centro de Conhecimento e de Cooperação Sul-Sul e Triangular / Divisão da América Latina e Caribe, Claus Reiner; oficial de Programas FIDA no Brasil, Hardi Vieira; o secretário de Agricultura de Sergipe, André Ferreira; representante da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Lúcia Marisy; Sérgio Amim, do Programa Pro Semiárido na Bahia; José Capeline, da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil (UNEFAB); e Alexandre Pires, da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).

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