Secretário Walter Pinheiro prestigia a programação da Flica 2017, neste sábado (6)

Publicado em sab, 07/10/2017 - 15:58 por Ascom/SEC

Palavras-chave:

Foto: Flávia Maciel - Ascom/Educação

Neste sábado (6), a 7ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) contou com a presença do secretário da Educação do Estado da Bahia, Walter Pinheiro, que visitou os diversos espaços de leitura, debate e exposições e conferiu os projetos desenvolvidos pelos estudantes da Rede Estadual de Ensino. Durante a visita, o Secretário prestigiou a Oficina de Produção Textual, na Casa Educar Para Transformar, espaço dedicado à produção artística e cultural desses estudantes. Pinheiro chegou pela manhã e ficou até a última apresentação do Sarau Literomusical, na parte da noite, tendo também prestigiado a Fliquinha e as apresentações artística e culturais do Black Dance, grupo de dança de rua e de teatro do Colégio Estadual Elisabeth Chaves Veloso, localizado em Salvador.

"Eventos como a Flica são aqueles em que conseguimos expressar o que se processa dentro de cada escola. Temos aqui, em Cachoeira, estudantes de mais de 18 territórios do Estado da Bahia, que vieram expor seus trabalhos, visitar e participar, além de diversos estudantes que vieram com seus pais de Salvador e de toda a região do recôncavo. A Flica é uma espécie de vitrine do que se processa nas escolas", destacou o secretário, ao completar que os projetos estruturantes estão sendo trabalhados pela Secretaria da Educação, alinhados com o que acontece em cada território, do ponto de vista da cultura, da ciência e com o projeto Escolas Culturais. "Fizemos a opção de visitar o evento no sábado para ter tempo de poder correr todas as oficinas, dialogar com os estudantes, com os professores e também interagir com a sociedade", completou.

Na Fliquinha, Pinheiro, que é avô de seis netos, bateu um papo com a criançada e incentivou o estímulo à literatura infantil. Também dialogou com educadores e escritores sobre a importância do estímulo à leitura desde a infância até a terceira idade. Na exposição do cineasta Roque Araújo, Pinheiro relembrou o período em que atuava na área de telecomunicações e conheceu o rico acervo de equipamentos de audiovisual mantidos por Roque.

A indígena da etnia tuchá, Beatriz, de 22 anos, se apresentou no Sarau Literomusical com a música "Retratos", com a qual se apresentou em 2011 na etapa estadual e foi eleita a melhor intérprete feminina. O ex-aluno Genilson de Jesus Santos, que terminou o ensino medio no ano passado e participou dos projetos estruturantes de Cultura da Rede Estadual em 2015, se apresentou com a obra "Meu Recôncavo".

A diretora do Núcleo Territorial de Educação do Recôncavo (NTE 21), Patrícia D´Ávila, ressaltou a importância da participação dos estudantes de todo o Estado na cidade de Cachoeira. "O NTE 21 está acolhendo os estudantes de todos os territórios que estão participando da Flica. Para nós e para esses estudantes, participar das oficinas literárias e de toda a programação do evento, nesta cidade, com essa cultura, é uma oportunidade ímpar", concluiu.

Para a professora Soni Maria Lopes, da Escola Estadual Adelaide Souza, no município de Nilo Peçanha, a escola tem papel fundamental no incentivo à cultura. "Esta é a primeira vez que muitos desses estudantes participam de um evento como esse, e é papel da escola proporcionar isso. Vale a pena abir mão do sábado de folga em prol dessa juventude, para que eles possam ter conscência e preservar a cultura do nosso município", afirmou a professora que está acompanhando um grupo de estudantes que estão produzindo um jornal para a escola.

Oficina de braile

Uma das atrações da Casa do Educar para Transformar é a oficina “De olho no Braille”. Por meio de brincadeiras, exposição de material e troca de informações, a atividade tem como proposta levar para as pessoas que enxergam o contato com o braile, este sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas, que é utilizado de maneira universal no mundo. A oficina é ministrada pela coordenadora de Educação Inclusiva da Secretaria da Educação do Estado, Patrícia Braile, envolvendo um pouco da história e também as técnicas de escrita e de leitura. Esta é uma iniciativa pioneira no evento e, segundo Patrícia, uma maneira de promover a sensibilização e a inclusão.

“O que buscamos aqui é que as pessoas entendam que é possível aprender braile, que é possível praticar a acessibilidade. A brincadeira, na verdade, é uma estratégia para estimular essas pessoas a se aproximarem mais de quem tem deficiência, para interagirem mais”, afirmou, ao destacar o efeito da ação nos participantes. “Esse é um momento histórico, porque é a primeira vez que a temática da acessibilidade é tratada numa festa literária internacional, e trazer isso para a juventude, para essa galerinha é muito revolucionário, porque, nesse momento que eles estão em formação, estão crescendo, vão sair daqui muito mais conscientes e sensibilizados”, explica.

Vitória Oliveira Moreira, 16, 2º ano, do Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas, em São Miguel das Matas, participou da brincadeira com venda nos olhos e conta que os outros sentidos ficaram mais aguçados. “Quando vendei os olhos, percebi que os outros sentidos ficaram mais aflorados. Na brincadeira, utilizamos mais o tato e eu senti que minhas mãos estavam muito sensíveis ao material a cada movimento que fazia para descobrir o que elas seguravam. Achei muito importante e necessária a atividade, porque a gente tem que saber lidar com o outro, com aqueles que não têm as mesmas condições que a gente”, relata.

Felipe Alisson Saraiva, 21, que tem baixa visão, participou da oficina e conta que atividades como estas são necessárias. “Fiquei surpreso quando vi o tema e feliz, porque é um tema urgente, que está em evidência na sociedade há muito tempo, mas de alguma forma negligenciado. Só assim, estas pessoas que não são deficientes visuais vão se colocar no lugar do outro e saber como o outro se sente, sentir a dificuldade do outro. Isso gera uma sociedade melhor, mais justa, mais igual, que se compromete com a dor do outro”, afirmou, ao fazer um apelo por mais obras em braile. “Estamos em uma festa literária, que lida com literatura e nós precisamos de livros mais acessíveis, que os escritores lembrem-se que as pessoas com cegueira, com baixa visão precisam do contato com a literatura”, pontua.